Não há mais sinceridade
Nas resoluções tomadas ao acaso;
Há uma preparação para um enfrentamento
Como se uma guerra iminente
Sobrevoasse o campo das idéias
Já quimicamente alteradas
Pelo pulverizante assassino
Matador de revoltas.
Não há mais vontade
De se encontrar caminhos sem atrasos;
Há, sim, trocadores de placas
Espalhados em pontos vitais
Para que os passos sejam influenciados
Por seus chefes,
Os mestres da antiga arte
Da submissão.
Não há mais cidades
Onde possamos correr cem metros rasos,
Sem que o azar nos faça cruzar
Com ladrões dispostos a arrancar
A liberdade, exclusiva de cada um,
De poder escolher a melhor forma
De matar um tempo
Que desde sempre só faz escravizar.
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