quinta-feira, 8 de abril de 2010


vai
e leva contigo
todo o infinito
e restos de eternidade;

raspe das bordas
do poço sem fundo
todo o limo
da nossa espécie;

arranque das janelas
as bandeiras de pano
com as quais cobrias
as tuas verdades;

derrame sobre este mundo
as amarguras e tsunamis
surgidas ao acaso
em ações bem pensadas....

mas não leve as certezas
há muito esquecidas
nas pontes de pedra
no inverno umedecidas.

segunda-feira, 5 de abril de 2010


necessárias as oferendas,
burocráticas as vendas...

o estender da mão
e a troca
do dinheiro
pelo produto

(o cansaço imposto
pelas relações
assim criadas),

a espera pela tarde
onde o abraço
seja sincero,
sem cifrões
entre os seres.

a vida que de inútil
vem a tornar-se
morte,
na esquina
do tráfego
de horas
traficadas.