segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Entrego o colar de lata
Ao amor de minha vida
E ela esquece por instantes
Das agruras de meu coração
Sempre só.
No céu surgem as imagens
Das estrelas brilhantes
De um vermelho bem vivo,
E eu, também vivo,
Escuto o sim que almejo
Desde tal dia esquecido
Pela bússola que sugou meu norte.


Do odor dos incensos,
Da poeira de fachada,
Da marca do instante
Fulgurou-se o enredo

Da noite fugidia, o raio
De estado imenso, o fogo
Da consciência alterada...
Estatelou-se ao solo morno

De carcomidas rosas
De tão pouco brilho,
Do sol não mais escravas:
Presenciou-se vivo.


Você me faz acreditar
Que esta maçã na minha cabeça
Jamais será alvejada
Por qualquer flecha envenenada.

Agradeço
E espero que possas me dar o delicioso prazer
De não te conhecer apenas virtualmente
Como já acontece com tanta gente,
Pois cheiros e sabores,
Formas, olhares, toques e versos
São degustados por mim com tanta euforia
Que somente ao vivo você vai poder compartilhar
E entender esta minha teoria
Que diz:
--- Distância? Só entre planetas!
Nesta nossa superfície dérmica de geléia
Os pedaços espalhados precisam da
Pangéia.


A distância é imprecisa,
O porto inseguro.
Um caminho que desaba
Quando os olhos, atrevidos,
Anseiam um olhar para trás.

Fatos que a memória teima rasgar
Do diário dos grandes acontecimentos,
De músculos contraídos pelo frio cortante,
Contas perdidas
De cálculos enigmáticos.

Doces teorias para lábios sedentos,
Angústias para sonolentos...
Pedidos de socorro
Em meio ao maremoto estonteante
De resguardadas proporções.

Posso ser eu, ele, você,
Misturando idéias num só corpo,
Um copo de esgoto,
Um prato de comida barata
Para o morto;

Satisfazendo nada nem ninguém
Com comentários inúteis,
Soturnos, patéticos,
Como as pálpebras
Que me guiam.


plante a planta

que ela em resposta

seus males espanta